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História da Lagoa
 
História da L. Guarairas





Conheça a fantástica Historia do canal que destruiu a Vila de Tibau em 1924 e que mudou a Lagoa Guaraíras para sempre. Antigamente a Lagoa Guaraíras era uma lagoa comum isolada do mar. Com aguas doces e calmas, era riquíssima em peixes e espécies da fauna local como o peixe boi marinho. Era rodeada por vilarejos de índios potiguaras. A lagoa desaguava através de um riacho, para a vizinha lagoa de Papeba, cujo despejo formava um rio, identificado naquele Mapa de Marcgrave como o tarairi (Trairi). Este, por sua vez, desaguava no mar, na atual praia de Barra de Tabatinga, que fica no município de Nísia Floresta-(RN).

Quando chovia muito, a lagoa trasbordava, causando inundações nas vilas ao seu redor. Então por volta do século XVII, os Holandeses que moravam em uma de suas ilhas e que conseguiam conviver de forma totalmente pacifica com os Índios nativos, decidiram em conjunto construir o primeiro canal de ligação com o mar.

Não se sabe muito sobre o antigo canal holandês, só que tinha largura suficiente para dar passagens as enormes Naus dos flamengos, e que media aproximadamente 800 metros do mar. Provavelmente, era beirado por pedras, semelhantes as que cercam hoje a ilha do flamengo. Analisando projetos semelhantes da mesma época, posso prever que além do canal, os holandeses tenham também construído diques com a intenção de manter a geografia do lugar estável e algum sistema de comportas que impedisse a mistura da agua doce com a salgada, arruinando a biologia da lagoa.

Ilustração holandesa do Sec. XVII mostra cenário muito semelhante ao da Lagoa de Guaraíras.

Com a morte dos holandeses e índios assassinados pelos portugueses que furiosos vieram tomar de volta a "sua terra". O canal ficou esquecido e foi tomado por uma duna de areia, o que o fez desaparecer completamente permanecendo assim por quase 3 séculos.




Durante esse tempo, alternaram-se os períodos em que a lagoa transbordava e dava a impressão de se comunicar diretamente com o mar. Alguns mapas do século 17 mostram o pequeno traço que ligava a lagoa ao mar, outros do mesmo período não mostram a ligação da lagoa com o oceano.
Em 1890 ouve uma tentativa de reabrir o primitivo canal, obedecendo a um plano elaborado pelo engenheiro Thompson Viegas. As obras deixaram o canal parcialmente reaberto.




Em 1923 foi construído finalmente o desejado canal, sob a responsabilidade do engenheiro Júlio de Melo Rezende.
O canal com 10 metros de largura e 800 metros de cumprimento. A profundidade, maior do que a do canal antigo dos holandeses e as técnicas de construção o deixaram fraco demais para resistir a força da água das chuvas.





Segundo o autor Hélio Galvão (Novas Cartas da Praia), o povoado de Tibau, existente à beira do canal, foi construído por aquela cheia de 1924: "Uma noite de abril, as águas irromperam, incoercível, e levaram o povoado todo, deixando a ponta da rua em que ficava a igreja, e as casas que lhe ficavam abaixo. Foi uma noite de terror. Todas as famílias desabrigadas, debaixo de árvores e moitas".
Em poucas horas o canal original que tinha 10 metros de largura, passou para mais de 200 metros, destruindo toda a cidade e transformando para sempre a hidrografia e geografia do lugar. A vila inteira tinha sumido da noite para o dia. Foi algo realmente assustador e trágico, apesar de não haverem registros de mortes.


Até hoje andando pela praia de Tibau do Sul, encontram-se pequenos restos de azulejos, telhas e tijolos que faziam parte das casas da antiga Vila.
O Ecossistema antigo da lagoa de agua doce foi totalmente alterado, dando espaço a um ecossistema de estuário. Sendo hoje lar de cavalos marinhos, golfinhos, Meros, muitas garças e aves de todos os tipos, além de ter ganhado também a vegetação de manguezal.


Barreiras de ate 10 metros de altura foram formadas com a erosão das aguas do mar entrando e saindo do braço de mar ao longo dos anos.
Todos os anos em janeiro, há uma procissão para Nossa Senhora dos Navegantes que antigamente contava com barcos de todas as localidades ao redor da lagoa Guaraíras.

A procissão finaliza com uma missa sobre o local da antiga igreja da vila de Tibau.


Uma fato curioso é que, após ser destruída pelas aguas, os destroços da cidade permaneceram boiando por algum tempo na Lagoa Guaraíras. A imagem do padroeiro da vila de Tibau Santo Antônio, foi encontrada na outra margem da lagoa na vila de Georgino Avelino, e hoje é o padroeiro da cidade. Os antigos dizem que o Santo foi "nadando" até aquela localidade.
O local onde o "Santo" foi encontrado foi demarcado com uma cruz em sua homenagem. e até hoje recebe visitas de turistas e romeiros de todos os cantos.


Hoje, cada vez mais esta historia fantástica se perde no tempo. São raros os registros históricos modernos desta mudança drástica que acometeu esta lagoa que virou mar e da cidade que sumiu da noite para o dia.
A Área dos afluentes da bacia de Guaraíras, já que hidrográficamente podemos chama-la assim, hoje virou área de proteção ambiental. A APA Bonfim/Guaraíra possui uma área total de 42000 ha e foi criada pelo IDEMA, com o objetivo de ordenar o uso, proteger e preservar os ecossistemas de duna, mata atlântica, manguezal, lagoas e rios.

Fonte: www.luislealpipabrasil.blogspot.com.br // Artigo de pesquisa de Helmy Gallindo


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